domingo, 5 de julho de 2015

A Falácia da Divisão

Quando entrei na escola (particular, tradicional) em 1996, lembro de estudar com filhos de donos de empresas, passavam férias na Disney, essas coisas.
Nunca fui de ter muitos amigos, mas lembro de 3 em especial.
O Marcelo, loirinho, branquinho, que tinha algum atraso no desenvolvimento intelectual, eu com meus 6 anos não entendia porque ele não fazia as atividades como o resto de nós, mas era a única que aceitava sem chorar e sem fazer cara feia sentar com ele.
Lembro da Stephanie, que era grande, forte, encrenqueira, sempre era expulsa da sala, fiz amizade com ela, apesar de mães de amigas minhas não deixarem as filhas fazerem amizade com ela, porque uma criança de 6 anos era má influência.
Mas eu nunca vou esquecer do Jeferson, um menino negro e pobre que só estudava com a gente porque a mãe fazia faxina na escola, lembro de um quartinho escondido da escola onde ele ficava o tempo todo, até nos intervalos porque ele não tinha nenhum amigo, fora uma menina de óculos sem amigos que as vezes aparecia pra brincar com ele quando esperava os pais.
Essas crianças sofreram aos 5, 6, 7 anos de idade a exclusão por serem diferentes, mesmo tendo a oportunidade de estudar numa escola excelente elas sofreram.
Em 1996, 1997, 1998 e 1999 quando estudei ali, nos melhores anos pós Plano Real, já existia a descriminação.
Então por favor, parem de falar que foi o PT que dividiu o país.
A verdade é que o Brasil é dividido em nós e eles de 1500, mas agora algumas pessoas está abrindo os olhos pra isso.

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