sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Loucas Por Clichê

Nessa terça-feira dia 13 (só pelo dia já dá pra imaginar a bomba) tive o desprazer de assistir à comédia de nome "Loucas Pra Casar".Detestei, acho que ri de uma piada e curti os últimos 5 minutos.

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS!

Vamos começar pelos pontos positivos: protagonistas mulheres, boa produção, belíssima fotografia, presença de um gay e uma lésbica em papéis de destaque, cenários muito bonitos.
Acabou.
Juro!
A lista de coisas boas acaba aí!


A personagem principal Maria Lúcia, tem 40 anos e seu maior sonho é casar-se com o namorado Samuel com quem trabalha.
Maria Lúcia ou Malu mostra-se como uma mulher "perfeita pra casar": magra, bem-sucedida, organizada.

Primeiro, a meta dela é ser perfeita pra casar, perfeita pra agradar homem, muito, muito clichê.
E "ser bem-sucedida" é ser secretária do marido presidente da empresa, não sócia, não colaboradora, secretária, daquelas que planejam a agenda e tudo. É isso que é ser bem-sucedida, jura?

Desconfiada do marido, ela descobre duas amantes: a fanática religiosa Maria e a dançarina de boate Lúcia, e elas decidem primeiro se estapear, xingar, puxar pelo cabelo e disputar o homem em questão.

SÃO DUAS HORAS DE OFENSAS, AGRESSÕES ENTRE TRÊS MULHERES ADULTAS DISPUTANDO UM HOMEM QUE AS ENGANOU!!!

As principais críticas são quanto à virgindade de uma, à liberdade sexual da outra e à idade supostamente avançada da terceira. E temos um festival de piranha, vadia, vagabunda, etc, etc, etc.
Simplesmente deplorável.

Lúcia tem um amigo gay, extremamente afeminado, puro reforçar de estereótipo.

Malu tem uma melhor amiga lésbica de nome Dolores que tem um envolvimento com uma moça chamada Sulamita que é transexual, o que é motivo de chacota por parte de todos que conhecem a história, como se Dolores tivesse sido "enganada" por Sulamita, pura transfobia.

Duas cenas me incomodaram bastante:

A primeira mostra Malu falando das amigas que casaram, ela vai falando de uma a uma: a mais romântica, a mais safada e ela fala que até a Cibele casou! Só reforça a ideia que mulheres são competitivas, que não existe amizade verdadeira entre mulheres.
Deplorável.

A segunda cena mostra um chá de bebê onde todas as amigas de Malu estão grávidas e todas só sabem falar de bebês, choro, parto normal, etc, etc, o que é extremamente tedioso para Malu, a única não-grávida que fica nervosa e reclama um monte daquela situação. O problema é que no contexto em que é apresentada, Maria Lúcia está apenas despeitada, não que essas conversas sejam enfadonhas (não... Imagina!), é só que Malu está com inveja, porque tudo que uma mulher quer é ser mãe, mais clichê.

Resumindo: puro desperdício de tempo e dinheiro.

Se vc gosta de clichês, mulheres disputando homem, sendo invejosas e competitivas, e de um humor raso e batido, divirta-se, caso contrário faça qualquer outra coisa da sua existência.

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