Anoréxica.
Gordofóbica.
A hipocrisia de reproduzir uma cultura tóxica.
Disseminar um preconceito, justificar uma série de condutas questionáveis como o culto ao corpo, ao exercícios e ao light.
O padrão de beleza atual é o clássico, de formas firmes, simétricas, musculosas, busca-se uma perfeição digna de esculturas de mármore.
A obsessão pelo corpo perfeito ironicamente isola, afasta, desencadeia pena em vez de admiração, o sofrimento é grande demais e as marcas são duradouras.
A anorexia é como o alcoolismo, uma recaída pode estragar toda a batalha de anos, uma frustração e reinicia-se o ciclo.
Desanimador.
Desânimo gera mais desânimo, crises mais intensas, falta de perspectiva.
Sente-se sozinho, distante, incompreendido.
A gordura se vai, é fato, mas antes dela a alegria, o viço.
Durante ela os músculos e a força.
Depois, bom depois não importa, nada mais importa, viver não importa.
Apontar o indivíduo gordo é fácil, viver no padrão esperado nem tanto, mas libertar-se da opinião alheia é praticamente impossível.
Lidar com o corpo alheio é como apertar botões, lidar com o próprio é uma escavação arqueológica.
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