quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Juro Solenemente

Estou num caso de amor desesperado e platônico pela série Grey's Anatomy (vou falar dela na Série de Séries, não vejo a hora!) e apesar de não ter a menor aptidão, tenho profundo respeito e admiração pelos profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, técnicos.

Bom, estava eu há 5 minutos assistindo um episódio da série em que um momento é citado o Juramento de Hipócrates que todo formando de medicina faz:

"Prometo solenemente consagrar a minha vida ao serviço da Humanidade.
Darei aos meus Mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos.
Exercerei a minha arte com consciência e dignidade.
A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação.
Mesmo após a morte do doente respeitarei os segredos que me tiver confiado.
Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica.
Os meus Colegas serão meus irmãos.
Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, partido político, ou posição social se interponham entre o meu dever e o meu Doente.
Guardarei respeito absoluto pela Vida Humana desde o seu início, mesmo sob ameaça e não farei uso dos meus conhecimentos Médicos contra as leis da Humanidade.
Faço estas promessas solenemente, livremente e sob a minha honra."

Bom, essa é a versão que consta na Wikipedia como a Fórmula de Genebra adotada pela Associação Médica Mundial em 1983, também a versão apresentada na legenda do episódio de Grey's Anatomy que eu estava assistia.

Mas há uma diferença entre o texto recitado pelo personagem e a tradução, duas palavras, gênero e orientação sexual, foram abolidas do trecho "Não permitirei que considerações de religião, nacionalidade, raça, partido político, ou posição social se interponham entre o meu dever e o meu Doente."

Minha pergunta é: Por que essas duas características foram excluídas do discurso em português?
Gênero e Orientação Sexual podem se interpor entre o médico e o paciente?
E as pessoas trans que que não se adequam ao gênero biológico?
As pessoas trans não são seres humanos como todos nós? Não merecem ser contemplados pelo juramento? Ou é aceitável um médico negar atendimento a uma mulher, gay ou trans?

Até quando a medicina vai ser palco de discriminação, humilhação, coerção?
Bom, a Faculdade de Medicina da USP dá um verdadeiro show de preconceito e coerção:






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