segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Çokorro

Contei por aqui que tinha um crush.
Depois de uns comentários desagradáveis descrushei.
Dancinha da Vitória!

Tudo lindo e maravilhoso...

OH WAIT!

Crushei de novo.

Um crush mais pesado.

Tão pesado que tô stalkeando fervorosamente e praticamente já posso escrever a biografia do fulano.

Só não pesquisei no Google.
(Mas sabe que a ideia é ótima?)

Resumo da ópera: eu devia estar estudando pra p3 ou descansando ou fazendo trabalho mas...

Tô aqui.
Porque não consigo dormir.
Tô ouvindo uma playlist vergonhosamente chamada de "♡".
E olhando pela vigésima sétima vez o perfil no Facebook do crush.

Mesmo sabendo que é furada.

Afinal minha fiel companheira de aventuras não aguenta mais me ouvir falar dele.

Resumindo: agora a vaca foi pro brejo!

Desejem sorte e foco pra mim nessa semana porque ó: tô precisando!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Mais gentileza? Sim, obrigada!

"Não julgue um menino pela cara." Essa semana tive o prazer de ler um livro chamado "Extraordinário" da escritora Raquel Jaramillo Palacio. Mal consegui dormir enquanto estava lendo. O tipo da história que todos devíamos ler, para sermos pessoas melhores, enxergar os outros como verdadeiramente iguais. Em tempos de Tinder e outros aplicativos do estilo prateeleira de pessoas esse livro mostra os pensamentos mais pessoais de um menino que nunca foi aceito pelo mundo, nunca foi visto como um igual. É a história de um menino de 10 anos, August Pullman que irá começar a frequentar a escola. O motivo da entrada tardia na escola normal é que August é portador da Síndrome de Treacher-Collins, se submeteu a diversas cirurgias e até essa idade ele estudava em casa com os pais. Se posso dar um conselho é: leia o livro antes de procurar imagens no Google da síndrome. Essa condição causa alterações na face, na estrutura do crânio, faz com que o rosto dessas pessoas seja diferente do convencional. Infelizmente ao ter conhecimento dessa síndrome temos o péssimo hábito de reduzir a pessoa a aquela condição. E porque o livro é absurdamente fantástico? POrque é uma ode à gentileza. Porque conta a história de diferentes pontos de vista: de August e como ele se sente, do que ele se priva; Olivia a irmã mais velha de August que fica em segundo plano e se isola; dos amigos de August na escola, vários deles e como lidam com a diferença. Aliás Olivia é um exemplo de gentileza, carinho, alguém que protege o irmão, mas também tem conflitos, também não quer ser reduzida à condição do irmão. Por outro lado é uma história sobre uma criança de 10 anos que brinca, faz lição de casa, briga com os pais, é fã de Star Wars e quer fazer amigos. Também fala das dificuldades nos detalhes, da evolução da Síndrome, dos medos de coisas que aos outros parecem banais. É um livro absurdamente leve, divertido, gostoso de ler. Coisas tão pequenas como tomar um sorvete sobre uma perspectiva única. Leia o livro, se identifique um milhão de vezes com Auggie e depois veja imagens da Síndrome. Na verdade somos todos muito parecidos. E por favor, nunca, nunca, nunca olhe com espanto, grite, aponte, olhe duas vezes.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Ralados no Joelho: Uma Analogia

Vc já ralou o joelho quando era criança? (espero que sim, uma infância sem joelhos ralados deve ser muito triste) Não aconteceu nada, certo? E depois ralou de novo no mesmo lugar? E depois de novo, e de novo, e de novo? De modo que nunca desse tempo de cicatrizar? Enquanto vc não limpar, cuidar, proteger e der um tempo ao corpo se recuperar aquele machucado não fecha. Bom, é isso o que acontece quando se é mulher numa faculdade machista e num curso machista², a ferida nunca fecha. *Sexta-feira de manhã, aula de Fabricação Mecânica: "As meninas que me desculpem, mas isso é um motor bom, potente, de macho." "Pra que serve a pintura em uma peça mecânica? Meninas, não venham me dizer que é pra deixar bonitinho." O mesmo professor falando sobre como ter na formação um curso técnico é importante e está para iniciar um discurso sobre o mesmo quando resolve perguntar se alguém na sala fez curso técnico, ao ver que a única pessoa a ter feito era a única menina presente muda bruscamente o assunto. *Sexta-feira à tarde, Laboratório de Eletricidade Geral: Grupo de laboratório composto por duas meninas e um menino, a tarefa era montar um circuito de maneira a acionar o motor elétrico através de um duplo triângulo, integrante masculino está sentado mexendo no celular enquanto integrantes femininas montam o circuito. O circuito não funciona, integrante masculino diz antes de sequer olhar para o que foi feito: "É óbvio que não funciona, vcs fazem tudo errado!" Integrante feminina pergunta onde está errado e como consertar, integrante masculino ignora as perguntas e volta a mexer no celular. Outros episódios: *Aluna está na oficina construindo um chassi para um trabalho em grupo, aluno do mesmo grupo passa todo o tempo sentado ao lado da aluna criticando os métodos da mesma sem sugerir alternativas, sem sua opinião ter sido solicitada e não produz absolutamente nada para o desenvolvimento do grupo. Apenas para situar melhor, tenho aula de quarta-feira somente no período da manhã, não estive presente na aula na quinta-feira e tive aulas nos períodos da manhã e da tarde na sexta-feira. Ou seja, não se passa um período de aula sem presenciar algo machista no curso de mecânica da Escola Politécnica da USP. Alguém pode me dizer o que fazer pra se proteger desse tipo de ralado no joelho?