segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Séries II: You Wanna Be a Loser Like Me?!

Escrevi aqui no blog quando me apaixonei por glee, foi a primeira série que acompanhei loucamente, foi no final de 2009. (uau! quanto tempo!)




A sexta temporada desta belezinha está para estrear este mês e provavelmente será a última (Chuif), tem 121 episódios até agora.

Glee é uma série sobre um coral de escola formada pelos excluídos, perdedores, LOSERS, aqueles que começam o dia sendo jogados na lixeira, enfiados no armário, tendo a cabeça colocada na privada, o material derrubado no chão, levando raspadinha no rosto, sendo perseguidos, ofendidos, humilhados e sentindo-se sortudos quando são sumariamente ignorados.

É o mundo dos Losers! Mas quem são? Onde vivem? Como se reproduzem?
 (Sexta no Globo Repórter, oh wait..)
Loser é o diferente, nesse universo colegial, loser é o cadeirante, a oriental gótica, a negra e gorda, a judia ambiciosa, o gay, o professor substituto de Espanhol.

Num primeiro momento parece uma receitinha batida: Colegial, capitã-das-cheerleaders-namora-capitão-do-time-de-futebol-americano, a divisão entre classes, a exclusão dos diferentes, o medo do processo de admissão das universidades, o fracassado coral da escola, o bullying, nada de mais.

Mas a série é excelente e absolutamente diferente de qualquer outra coisa que eu já vi (como se isso fosse grande coisa, mas enfim), a série é um musical onde cada episódio é temático, e a abrangência é absurdamente fantástica, a série vai de AC/DC a Britney Spears, passando por Beyonce, Beatles, Ozzy Ousborne, Madonna, Michael Jackson, Elvis, Jay-Z. Vai de clássicos de musical como O Fantasma da Ópera até Katy Perry, é assustadoramente variado.

Até aqui parece bem interessante, mas calma lá, na minha humilde opinião (humilde, aham, a criatura faz um blog pra que todo mundo possa ver o que ela pensa e vem pagar de humilde, oh céus) é a exposição da hipocrisia e os muitíssimos pontos de vista que a série mostra.

Desenvolva, Aline, Desenvolva.

A treinadora obcecada por perfeição (Normal), a capitã-das-cheerleaders-que-namora-capitão-do-time-de-futebol-americano quer ser a Rainha do Baile de Formatura (Normal), o professor substituto que ajuda os alunos excluídos (Normal). Clichê, clichê e mais clichê.

Mas o que acontece quando a presidente do clube de castidade fica grávida? E quando o gênio-da-turma-de-família-oriental-de-excelência-acadêmica resolve estudar Dança em vez de Medicina? E se a capitã-das-cheerleaders foram uma portadora de Síndrome de Down que não leva desaforo? E se a menina negra e gorda se recusa a emprestar a voz para uma modelo padrão fazer sucesso? E se a menina mais cobiçada da escola for lésbica? E se a loira-linda-e-burra for convidada a integrar a equipe de Matemática do MIT? E se a moça-linda-tímida-e-perfeita for filha da merendeira obesa da escola?

E o meu questionamento favorito: E se uma rapaz cis-hetero se apaixona por uma loira deslumbrante num chat na internet mas descobre que a foto é fake e aquela pessoa de quem eles está tão próximo e provavelmente apaixonado é aquela jovem transexual que todo mundo exclui?

A série escancara o tempo todo como as pessoas e as instituições  são despreparadas para receber o diferente, em qualquer nível de diferença, seja ela étnica, religiosa, sexual, deficiências físicas e intelectuais, diferentes nacionalidades. Fala sobre álcool, sexo, anorexia, bulimia, loucuras que os adolescentes fazem para cumprir expectativas do grupo ou da família.

Glee é olhar o outro mais de perto, é genial.

Segue a trilha sonora dos meus momentos LOSERS:
(Uhuuuuuuuul!)



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