O post de hoje é bem sério, é um assunto difícil de lidar sozinho e que precisa de uma empatia substancial pra entender.
Síndrome do Pânico.
Não tenho a pretensão de falar sobre questões médicas, sugerir tratamentos ou nada do tipo.
Só quero contar como é o outro lado, o lado de quem convive com isso.
A primeira coisa é a vergonha, vergonha da sua condição, pavor de ter uma crise e alguém ver, vergonha de não conseguir mudar sua condição.
Uma crise pode se manifestar de muitas maneiras: crise de choro, tremedeira, dor de estômago, dor de barriga, queda de pressão, raiva descontrolada, tiques nervosos, movimentos repetitivos, dificuldade para respirar, sensação de desespero.
A sensação de impotência também é desconcertante.
Eu por exemplo, só me sinto segura no meu quarto, na minha cama, onde ninguém vai me atacar, me estuprar, me ofender, me apalpar, me difamar.
Outra questão é o isolamento, o medo a princípio de multidões, depois de lugares cheios, grupos grandes, até evitar quase completamente o contato.
Quando vc se isola, vc controla o ambiente à sua volta: som, claridade, circulação de ar, a consequências é a hipersensibilidade a qualquer mudança quando vc está fora do seu local seguro.
Paradoxalmente, há o medo da solidão e do abandono, o pavor de não ter a quem recorrer numa crise.
Para concluir, vc perde o controle sobre o seu humor, e não quer envolver suas pessoas queridas nisso, pois lidar com uma pessoa nesse estado é cansativo, frustrante e deprimente. Novo paradoxo, precisar de ajuda e não querer que ninguém se aproxime.